domingo, 23 de setembro de 2012

‘The Voice’ estreia com o dobro da audiência da Record, mas peca ao deixar grandiosidade de lado


Depois de incursões não muito felizes no gênero, a Globo voltou a investir nos reality shows musicais com “The Voice – Brasil”, que estreou neste domingo. No quesito audiência, a atração foi bem: liderou de ponta a ponta e marcou mais que o dobro da emissora segunda colocada no horário, com 15,6 pontos de média, com pico de 19. No mesmo horário, Recordregistrou 6,5 pontos, seguida por SBT e Band, com 6 e 3,5 pontos, respectivamente. Estruturalmente, no entanto, há diferenças entre o que vinha sendo mostrado nos outros países e agora é exibido no Brasil. Enquanto lá fora o programa é gravado em estúdios gigantes e com plateia numerosa, por aqui tudo pareceu mais modesto. Até mesmo das luzes que se acendem no chão deixando ainda mais claro que técnico escolheu cada candidato foram abolidas. Duas das telas com a logomarca do reality, coladas às costas das cadeiras dos técnicos, deram defeito e piscaram sem parar. E o mais importante: faltou personalidade aos jurados para brigarem por seus candidatos, assim como empolgação do público que a tudo assistia. Um dos grandes charmes da atração é ser mostrada como uma grande arena, como se o espectador assistisse a um show, em que pode reagir e torcer junto. Nos Estados Unidos seria inconcebível, por exemplo, que um jurado virasse a cadeira para um candidato que cantasse bem e ninguém reagisse na plateia. Aconteceu por aqui. O povo pareceu frio aos calouros. Da mesma maneira, é na rivalidade entre os técnicos famosos que esse programa se baseia. A ideia é que eles façam de tudo por um candidato. Por aqui, reinou o coleguismo, sem nenhuma indireta ou provocação, que conferem tempero ao formato. Daniel, por exemplo, pouco reagiu. Claudia Leitte não conseguiu fazer um bom marketing para montar seu time. Já Lulu Santos e Carlinhos Brown mostraram-se mais assertivos. Excetuando esses pontos específicos, há que se registrar o avanço do reality ao permitir que candidatos possam cantar música em inglês. Não dá para ignorar a globalização e o público conhece boa parte dos hits internacionais que foram cantados no palco. Faltou, no entanto, uma brincadeira recorrente no formato original. Mostrar candidatos e sua história sem mostrar o rosto de maneira que cause surpresa também no espectador. Por vezes uma voz considerada feminina pertencia a um homem, ou um calouro de “atitude vocal” jovem pode ter, na verdade, bem mais idade do que se imagina. Resta ver se tais recursos serão explorados no futuro.
(Fonte: Na TV)

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